Na última sexta-feira (22), o perfil Choquei, conhecido por suas postagens controversas nas redes sociais, decidiu interromper suas atividades tanto no Instagram quanto no antigo Twitter, após se tornar o epicentro de uma polêmica que resultou na morte da jovem Jéssica Canedo, de 22 anos, vítima de fake news.
A tragédia se desenrolou quando perfis de fofoca disseminaram informações falsas de que Jéssica teria tido um relacionamento com o humorista Whindersson Nunes, desmentido posteriormente pelo próprio artista. Sob a repercussão do suposto envolvimento, Jéssica relatou ter sido alvo de ataques nas redes sociais, culminando, dias depois, em seu suicídio.
De acordo com A CNN, a Choquei, que possui uma audiência massiva de 21 milhões de seguidores no Instagram e quase 7 milhões no antigo Twitter, compartilhou a notícia sobre o falso relacionamento, amplificando a falsa narrativa que circulava na internet.
Conforme a CNN, diante da gravidade do desfecho, o canal deletou a postagem relacionada ao caso e optou pelo silêncio, uma atitude que destoa da postura ativa e intensa nas redes sociais. Enquanto a Choquei realizava uma média de quase cinco postagens por hora na quinta-feira (21), desde a última sexta-feira, não houve mais publicações.
No antigo Twitter, a última postagem ocorreu às 14h17 do dia 23, uma nota de esclarecimento assinada pela advogada Adélia de Jesus Soares. A página havia feito sua última publicação às 17h46 do dia anterior. No Instagram, a Choquei, que costuma realizar várias postagens diárias, fez 69 publicações no dia 21 de dezembro, encerrando suas atividades no dia 22.
O perfil adotou medidas como restringir comentários no Instagram e incluir um aviso no antigo Twitter alertando sobre o recente episódio de fake news.
A polêmica extrapolou as redes sociais e tornou-se um embate político, com ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva defendendo a regulação das mídias sociais e revisitando o debate sobre o Projeto de Lei das Fake News. Por outro lado, políticos da oposição defendem acionar o Ministério Público e pregam o boicote à página.
A defesa da Choquei, representada pela advogada Adélia de Jesus Soares, emitiu uma nota lamentando o ocorrido. Afirmaram que não houve irregularidades nas informações divulgadas e que as postagens foram feitas com os dados disponíveis no momento. Alegaram atuação de boa-fé e cumprimento regular das atividades propostas, reforçando o compromisso com a legalidade, responsabilidade e ética na divulgação de informações, dentro dos limites estabelecidos pela Constituição Federal.
Comentários sobre este post