O Boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta sexta-feira (16), revelou mudanças no cenário epidemiológico do país. Após semanas de alerta devido ao aumento de novos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados à covid-19, a Região Norte registrou uma queda no número de casos. Enquanto isso, no Centro-Sul, alguns estados apresentam sinais de crescimento. Os dados referem-se à Semana Epidemiológica (SE) 6, de 4 a 10 de fevereiro, com base nas informações do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 14 de fevereiro.
Os estados do Norte, que foram os últimos a passar pelo ciclo de aumento de SRAG por covid-19, indicam uma possível interrupção e até uma tendência de queda. No entanto, como a análise abrange a semana pré-carnaval, possíveis internações decorrentes de infecções durante esse período só serão evidenciadas nas próximas semanas.
“Entre o desenvolvimento dos primeiros sintomas e o surgimento de um quadro grave que requer internação, leva cerca de uma semana ou um pouco mais. Portanto, só nas próximas semanas poderemos observar possíveis internações. Por enquanto, ainda é o efeito pré-carnaval e o início de 2024”, explica Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
No Centro-Sul, alguns estados apresentam um início de aumento das internações associadas à covid-19. São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do Rio de Janeiro, são os mais afetados. No Sul e Sudeste, também são observadas internações pelo vírus influenza, mas em menor volume do que a covid-19.
Gomes faz uma recomendação aos foliões: “Para quem participou do carnaval ou teve contato com pessoas que aproveitaram a festa, é importante ficar atento a sintomas de resfriado ou gripe. Em caso positivo, é crucial procurar atendimento médico, fazer o teste e se isolar. Mesmo que o teste para covid-19 seja negativo – devido a possíveis falsos negativos – o isolamento é fundamental. Isolamento e uso de máscara são eficazes tanto para covid-19 quanto para influenza. Prevenção é sempre crucial e mais fácil”.
Nas últimas oito semanas, a incidência e mortalidade de SRAG mantêm o padrão de maior impacto entre crianças pequenas e idosos. A incidência de SRAG por covid-19 continua afetando mais crianças de até 2 anos e idosos com 65 anos ou mais. A mortalidade por SRAG permanece mais elevada nos idosos, com predominância de covid-19.
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