O Ministério Público de São Paulo firmou acordo com o Carrefour para doação de R$ 1 milhão a um fundo do município de Osasco, na Grande São Paulo, destinado a cuidados com animais. O acordo é decorrente da morte da cadela Manchinha em 28 de novembro passado. O animal morreu depois de sofrer agressões de um segurança do hipermercado. O termo de compromisso estipula a criação de um fundo municipal, que destinará R$ 500 mil para castração de cães e gatos; R$ 350 mil para compra de medicamentos para o Hospital Municipal Veterinário ou animais mantidos no canil municipal; e R$ 150 mil para compra e entrega de ração para ONGs ou entidades de ajuda a animais.
O termo de compromisso foi negociado pelo promotor Gustavo Albano Dias da Silva e o uso do dinheiro será fiscalizado pela Promotoria. Caso descumpra o acordo, o Carrefour pagará multa de R$ 1 mil por dia de atraso. Se o município de Osasco não aplicar devidamente os recursos, as autoridades responsáveis poderão ser processadas por improbidade administrativa.
A vira-latas branca com manchas no pelo, chamada por alguns de “Manchinha” ou “Fur” (pelo em inglês), apareceu em novembro passado na porta do Carrefour de Osasco era alimentada por lojistas. Funcionários do Carrefour disseram que o segurança agrediu o cão porque haveria uma festa de reinauguração da loja, com a presença de diretores e supervisores. Não há confirmação de que a ordem tenha partido de superiores. Após a divulgação do caso, o vigia, que trabalhava para uma empresa terceirizada, foi afastado.
O segurança confessou à polícia ter golpeado o animal com uma barra metálica, mas disse que não tinha intenção de matar. Ele foi indiciado pelo artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais, por praticar abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais. A pena é de três meses a um ano de prisão, além de multa. O vigia responde em liberdade.
Imagens que circularam nas redes sociais mostram o segurança indo em direção ao cachorro com uma barra de metal, mas a agressão não foi flagrada. Os vídeos também mostram Manchinha sangrando e andando com dificuldade. Segundo relatório da polícia, as lesões provocaram “hemorragia digestiva alta” e, depois de ser socorrido, Manchinha teve uma parada respiratória.
O caso de Manchinha ganhou repercussão nas redes sociais e foram realizados protestos contra o Carrefour.