Cantor é caçado por facção após acusação de agressão contra mulher em Manaus

O cantor amazonense Diego Damasceno, conhecido como “Dieguinho”, agora enfrenta não apenas a Justiça, mas também o temido “Conselho das Dívidas” do Comando Vermelho (CV-RL-AM). Após ser acusado de espancar brutalmente sua companheira, Kaline Milena, o artista foi oficialmente “procurado” pela facção criminosa que atua no estado.

O anúncio foi feito na noite desta segunda-feira (7), por meio de um comunicado publicado nas redes sociais ligadas ao grupo. No post, a facção afirma que Dieguinho, natural de Manacapuru, deve “prestar esclarecimentos” no conselho — uma espécie de tribunal paralelo mantido pelo CV para punir comportamentos considerados abusivos, especialmente contra mulheres.

“Dieguinho, de Manacapuru, procurado para prestar esclarecimentos no Conselho das Dívidas CV-RL-AM. Quem souber o paradeiro, segure ou informe um de nossos conselheiros”, dizia o texto compartilhado.

A denúncia contra o cantor ganhou força após Kaline relatar, em detalhes, as agressões que sofreu. Segundo ela, o episódio mais recente ocorreu na madrugada de domingo (6), após uma confraternização na Praça do Eldorado, na Zona Centro-Sul de Manaus, onde o casal consumia bebidas alcoólicas com amigos. Durante o trajeto de volta, Diego iniciou uma discussão motivada por ciúmes e, dentro do carro, passou a agredi-la com socos no rosto, mesmo enquanto dirigia.

Kaline afirmou ainda que essa não foi a primeira vez. Em julho e outubro de 2024, segundo seu depoimento, ela também foi vítima de violência física nas mãos do cantor. A relação, que completaria um ano em maio, agora se torna marcada por feridas físicas, emocionais — e também por repercussão criminal e social.

As agressões resultaram na quebra de três dentes da vítima e deixaram seu rosto visivelmente machucado. Imagens fortes do estado de Kaline circularam nas redes sociais, gerando revolta popular e exigência de justiça.

Além da denúncia formal na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM), o caso agora corre também em um tribunal paralelo, onde a facção criminosa costuma “julgar” e punir homens acusados de agredir mulheres em territórios sob seu domínio.

Até o momento, Diego permanece foragido tanto da Polícia Civil. A advogada da vítima, Adriane Magalhães, tem usado as redes para denunciar o caso e pedir apoio para o tratamento médico de Kaline, que precisará de cirurgia dentária e acompanhamento psicológico.