Após uma reunião de quase cinco horas com o governo, representantes de caminhoneiros garantiram, nesta segunda-feira 22, que não haverá paralisação da categoria nas próximas semanas. Segundo eles, o ministério da Infraestrutura assegurou que irá atender duas das principais reivindicações dos motoristas: aumentar a fiscalização do piso mínimo de frete e atrelar o reajuste da tabela ao preço do diesel.
Em nota, o ministério informou ter firmado com a categoria uma agenda de trabalho a curto prazo com o objetivo de amortecer o efeito da variação do preço do diesel. A pasta se comprometeu a estudar a eliminação de “multas desnecessárias aos caminhoneiros”; transferir o custo do diesel para a tabela do frete; fazer uma “fiscalização efetiva” da referência de custo do piso mínimo do frete; e celebrar um termo de compromisso com as entidades representantes da categoria “para tornar mais efetiva a fiscalização”.
Atualmente, a lei já permite reajustar a tabela do frete automaticamente quando o diesel sobe mais de 10%. O ministério não explicou que irá diminuir esse percentual. Além disso, não disse a atual tabela atualmente será reajustada.
“Construímos em conjunto agenda de trabalho que envolve eliminação de multas injustas, transferência do custo do diesel para tabela de frete, fiscalização dessa referência de custo e termo de compromisso com entidades representantes para tornar a fiscalização mais efetiva”, disse, em nota, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
Numa tentativa de evitar uma nova paralisação nacional de caminhoneiros, o ministro da Infraestrutura se reuniu nesta segunda-feira com representantes da categoria. Segundo a pasta, o governo recebeu 26 lideranças de caminhoneiros, entre integrantes de onze entidades da classe e um grupo de motoristas autônomos.
A reunião desta segunda é mais um aceno do governo do presidente Jair Bolsonaro para conter a insatisfação dos caminhoneiros, pouco antes de se completar um ano da greve de maio de 2018. O movimento do ano passado paralisou o país por mais de uma semana e gerou uma crise de abastecimento, principalmente de combustíveis, nas principais cidades.
Um dos líderes da categoria, Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco, afirmou que os próprios caminhoneiros deverão ser agentes de fiscalização da tabela do frete, levando denúncias de empresas que não estejam cumprindo a tabela à CNTA, que por sua vez repassará à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e ao governo. O ministério teria se comprometido também a retirar multas a motoristas que fizerem as denúncias.
Outra questão que, segundo os representantes, teria sido fechada pelo governo, é a promessa de que a tabela será reajustada de acordo com as mudanças do preço do diesel. O primeiro reajuste seria feito até o dia 29, de acordo com as alterações que o valor do combustível sofreu desde o início do ano. Segundo Bueno, o governo ficou de calcular de quanto será essa mudança.
*O Globo