Na terça-feira (15/06), o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, retoma as atividades de mais três espaços culturais: Galeria do Largo e Casa das Artes, no Largo de São Sebastião, e Centro Cultural dos Povos da Amazônia (CCPA), no Distrito Industrial. Os equipamentos abrem as portas para visitação turística com novas exposições e protocolos de segurança em prevenção à Covid-19.
Segundo o secretário Marcos Apolo Muniz, o Teatro Amazonas e os centros culturais Palácio Rio Negro e Palácio da Justiça também voltam a funcionar para visitas a partir de 15 de junho. Ele explica que, neste caso, as atividades ficaram suspensas durante uma semana para avaliação, uma vez que a proposta é reabrir os equipamentos de forma gradual e observar o comportamento do público devido a pandemia do novo coronavírus.
“Estamos reabrindo os espaços aos poucos, para receber o público com a qualidade e segurança. É um momento de avaliação do cenário, então estamos agindo conforme os protocolos de saúde”, afirma o titular da pasta.
Os equipamentos culturais passaram pelo processo de sanitização e têm totens de álcool em pontos estratégicos. São exigidos todos os procedimentos para evitar o risco de contaminação, entre eles, o uso obrigatório de máscara, medição da temperatura e distanciamento de 1,5 metro. Também fica proibido o contato físico com elementos dos espaços, como colunas, paredes, vitrines expositoras, esculturas, pinturas, demarcadores, portas e maçanetas.
Galeria do Largo – As manifestações artísticas da “Coletiva 20.21”, como grafite, instalação, mural de desenhos, tambores do maracatu e desenho, marcam a abertura da casa após seis meses fechada por conta das medidas de enfrentamento ao coronavírus. A mostra agrega trabalhos contemplados pelo edital Prêmio Feliciano Lana, promovido pelo Governo do Amazonas como parte das ações da Lei Aldir Blanc, criada para auxiliar os trabalhadores da cultura nesse momento de pandemia.
A exposição, com curadoria de Cristóvão Coutinho, apresenta artistas que representam a diversidade de processos criativos de artes visuais, com olhares também diversos, entre eles: Chermie Ferreira, Kina Kokama, Rakel Caminha e Tyna Guedes, com “Yapai Waina – Mulheres no Graffiti”; Sebastião Alves, com a instalação/vídeo “Lembranças de Minha Cidade”; Levi Gama, com o mural de desenhos “Boriwi – Mundo dos falecidos”; Marcelo Rosa, que apresenta “A Batida do Gueto”, com os tambores de maracatu; e Marcos Ney, com as séries de desenhos “Sociedade da Dedada” e “Sombras do Rio Negro”.
“Nós queremos fomentar e dar visibilidade a esses projetos e à criatividade dos nossos artistas e assim manter a arte sempre viva”, afirma Marcos Apolo. “A Lei Aldir Blanc trouxe a possibilidade de um suspiro ao setor cultural e, assim como a Galeria do Largo, tem a essência de preservar e fomentar a cultura e a arte”.
A Galeria do Largo vai funcionar das 15h às 20h, de terça a domingo, com entrada gratuita. O equipamento não precisa de agendamento, porém, as visitas vão ser feitas com até dez pessoas.
Casa das Artes – O espaço traz as exposições: “Pandeart – Patologia Estética da Loucura em Tempos de Crise”, de Hely Pinto, “Miscelânea: Desenhos Digitais”, de Paola Honda Castro, projetos contemplados no edital Prêmio Feliciano Lana, “Natureza Humana”, de Rosemberg Prado, além de obras do acervo da Galeria do Largo, assinadas por artistas como Adalmir Chixaro, Raiz e Curumiz.
“O espaço tem como objetivo colocar em evidência a produção cultural da cidade e proporcionar oportunidades de aproximação entre o público e o artista”, afirma Cristovão Coutinho, curador do equipamento. “A Casa das Artes é um mosaico de propostas artísticas e culturais alinhado à produção das artes visuais com pinturas, objetos e fotografias”.
A Casa das Artes vai funcionar das 15h às 20h, de terça a domingo, com entrada gratuita. Também não precisa de agendamento, mas as visitas vão ser feitas com até dez pessoas.
Povos da Amazônia – Já no roteiro do CCPA, referência da cultura da Amazônia Brasileira e Continental, durante 30 minutos, o público circula por exposições como “Cultura em Movimento”, uma viagem pela história do Amazonas em diversos segmentos artísticos; “Os Filhos da Nossa Terra”, na qual sob uma cúpula confeccionada em fibra de arumã estão expostas 19 estátuas em tamanho natural, assinadas pelo artista plástico Felipe Lettersten; “Bestiari Venatio Animallia”, de Turenko Beça, que faz um paralelo da fauna e lendas amazônicas com os antigos bestiários medievais.
O roteiro no Centro tem ainda “Mãe Amor Revelado”, com fotografias de Anne Lucy, Chris Gouvea, Claudia Higuchi, Dani Cruz, Dhyeneffer Rodrigues, Ellen Gatto, Maria Yole, Mariana Rebouças e Simone Brandão, com curadoria de Michell Mello, assim como a Galeria Itinerante, que traz a mostra de fotógrafos amazonenses. Na visita, os guias fazem um tour, comentando sobre a história, curiosidades e obras do patrimônio.
Na área externa, o visitante segue pelo Espaço de Referência da Cultura Amazônica, onde estão as construções típicas do interior do estado, como a Casa de Farinha, o Barracão de Beneficiamento do Guaraná, o Tapiri de Defumação da Borracha e a Casa do Caboclo, réplicas que demonstram as características do cotidiano caboclo; e o Xapono Yanomami, uma réplica da habitação dessa etnia que vive na fronteira entre Roraima e Venezuela, além da Praça das Bandeiras, uma homenagem aos países da Amazônia Continental.
O centro cultural conta ainda com o Memorial Mário Ypiranga, que tem acervo pessoal do escritor, com cerca de 15 mil volumes, entre livros, publicações raras, jornais antigos e documentos da antiga província.
O acesso é gratuito e o agendamento deve ser feito no Portal da Cultura (cultura.am.gov.br). As visitas vão acontecer de terça-feira a sábado, das 9h às 15h, com grupos de até dez pessoas por horário.