O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, anunciou nesta quarta-feira (18) que o governo brasileiro vai ajudar no resgate de 15 estrangeiros que se encontram em Israel e desejam voltar para a América do Sul.
Vieira ressaltou que os estrangeiros são naturais da Bolívia, Argentina, Paraguai e Uruguai, e eles partirão em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB). Com essas operações de repatriação, o número de brasileiros que deixaram Israel chegou a 1.137.
Enquanto isso, há ainda 32 brasileiros na Faixa de Gaza aguardando a autorização para atravessar a passagem de Rafah, na fronteira entre o território palestino e o Egito.
De acordo com o ministro, o avião da FAB disponível para buscar os brasileiros em Gaza partiu de Roma, na Itália, e chegou ao aeroporto de Al Arish, no nordeste do Egito, próximo à fronteira com a Faixa de Gaza, para transportar suprimentos e ajuda humanitária ao enclave palestino. A aeronave foi deslocada para a capital do país, Cairo, onde aguarda a saída dos brasileiros de Gaza.
Vieira também informou que o Brasil possui outra aeronave em Roma, que pode atender tanto aqueles que estão em Gaza quanto um último voo de Tel Aviv.
Resolução do Brasil no Conselho de Segurança
O ministro das Relações Exteriores do Brasil também lamentou o veto dos Estados Unidos uma proposta de resolução patrocinada pelo Brasil. O projeto previa pausas humanitárias no confronto e condenação dos ataques terroristas. Segundo a diplomacia dos EUA, o veto se deve à ausência de menção ao direito de autodefesa de Israel, apoiado por Washington.
“O Brasil apresentou uma resolução na qualidade de presidente do Conselho de Segurança, e houve uma solicitação da maioria dos membros para que a presidência fizesse consultas de um texto de forma que acomodasse e fosse mais palatável a todos. Apresentamos depois de intensas e múltiplas consultas um texto que foi aceito por 12 dos 15 membros, esse texto focava na cessação de hostilidades e criando passagem humanitária para que fosse possível sair da Faixa de Gaza e estabelecer o envio de ajuda humanitária”, apontou Vieira. “Infelizmente não foi possível aprovar essa resolução e ficou clara a divisão de opiniões, mas fizemos todo o esforço para que cessassem as hostilidades e fosse possível dar algum tipo de assistência a população de Gaza.”
A resolução teve 12 votos a favor, 1 veto e 2 abstenções – de Rússia e Reino Unido. Dos membros permanentes, China e França votaram a favor do projeto brasileiro, como haviam indicado na véspera.
A resolução obteve o mínimo de 9 votos para aprovação, mas acabou barrada pelo veto dos EUA, um membro permanente do Conselho de Segurança. Para ser aprovada, uma resolução exige a aprovação de 9 dos 15 membros do órgão, e nenhum veto dos cinco com assento permanente -EUA, China, Rússia, França e Reino Unido
Desde 2016 o conselho não emite uma resolução sobre o Oriente Médio, situação que coloca mais pressão sobre o órgão, criticado pela ineficiência em relação à Guerra da Ucrânia.
*Estadão conteúdo
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