Palácio do Planalto, onde está o gabinete da presidência do Brasil, é um espelho da crise sanitária que o país tem enfrentando devido à pandemia de coronavírus. Desde o início da pandemia, em março do ano passado, 460 funcionários que trabalham no palácio situado em Brasília testaram positivo ao coronavírus, revela o jornal O Globo. Os números foram fornecidos pela Secretaria-Geral da Presidência a pedido desta publicação.
No último mês foram diagnosticados 30 casos positivos no Palácio do Planalto, cerca do dobro dos reportados em fevereiro (16 contágios). O pico de infeções aconteceu em julho do ano passado, quando foram detetados 92 casos de Covid-19.
No gabinete do presidente Jair Bolsonaro já foram identificados 28 casos de contágio desde o início da pandemia.
Entre os funcionários do Palácio do Planalto já se verificou uma morte devido à Covid-19: Silvio Kammers, um assistente do gabinete de Bolsonaro. No entanto, o óbito de Kammers foi mantido em segredo durante algum tempo e a imprensa só teve conhecimento no dia 16 de março. Uma semana antes tinha sido publicada uma portaria que indicava que o posto que ocupava estava vago devido à sua morte, mas sem ter sido feita menção à causa do óbito.
Um dia após a publicação da portaria, Bolsonaro afirmou durante uma cerimônia no palácio que desconhecia que “uma só pessoa” no edifício tivesse sido internada no hospital por padecer da Covid-19.
Estes números significativos de casos de infeção no Palácio do Planalto podem também ser explicados pela postura do presidente, que tem desvalorizado sempre o impacto da pandemia, tendo mesmo chegado a dizer que a doença era só uma gripe.
No Planalto as medidas de distanciamento social não são respeitadas de uma forma generalizada e têm sido comuns ao longo do tempo os eventos com grandes aglomerações de pessoas.