O ex-presidente Jair Bolsonaro criticou o vazamento do depoimento prestado por ele à Polícia Federal (PF), na terça-feira 16. A entrevista foi publicada pela revista Veja, nesta sexta-feira, 19.
Bolsonaro alega ser vítima de perseguição. Para o ex-presidente, isso era esperado, mas não da forma como tem ocorrido.
“O pessoal está vindo para cima de mim com lupa”, constatou Bolsonaro. “Eu esperava perseguição, mas não dessa maneira. Na terça-feira, nem tinha deixado o prédio da PF ainda, e a cópia do meu depoimento já estava na televisão. É um esculacho.”
Ao falar sobre a articulação de um possível golpe de Estado, Bolsonaro negou a informação e disse ser vítima de inimizade, por ter cumprido a lei.
“O que eu fiz desde o começo, e arranjei inimizade por causa disso, foi repetir que ‘nós temos que jogar dentro das quatro linhas’”, lembrou o ex-presidente. “Muitos diziam que ‘os caras lá estão fora das quatro linhas’. Em muitos casos, estavam mesmo. E quais seriam as consequências de se tomar uma medida de força? Como ficaria o Brasil perante o mundo? Resposta: o país iria acabar, virar uma Venezuela mais rápido do que o PT conseguiria com a desgraça econômica que se está pintando no horizonte.”
Sobre Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens que está preso, Bolsonaro disse que há uma tentativa de envolvê-lo em uma situação constrangedora.
“Nunca tive nenhum motivo para desconfiar dele, e não quero acusá-lo de nada”, disse Bolsonaro. “Eu tenho um carinho muito especial por ele. É filho de um general da minha turma, considero um filho.”
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