O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi o principal orador do jantar de recepção ao presidente Jair Bolsonaro na embaixada do Brasil em Washington, neste domingo,17.
Segundo relatos de pessoas presentes, Bolsonaro escutou mais do que falou.
Guedes elaborou mais demoradamente o bordão que o presidente repete, segundo o qual “a China pode comprar no Brasil, mas não comprar o Brasil”.
O ministro se debruçou sobre aspectos de infraestrutura e agricultura na relação entre os dois países. Sobre este segundo ponto, a ministra Tereza Cristina (Agricultura) também se colocou.
Segundo os relatos, a questão chinesa tomou tanto ou mais tempo que novos acordos internacionais almejados pelo governo brasileiro.
O estrategista americano Steve Bannon, que já defendeu que os Estados Unidos declarem guerra à China, fez uma dobradinha com Guedes sobre a questão.
O anfitrião da noite, embaixador Sérgio Amaral, fez uma ponderação em relação ao que chamou de desafio das exportações chinesas, mas foi breve.
De saída da embaixada, Amaral foi discreto na moderação da mesa. Cotado para substituí-lo, o diplomata Nestor Forster estava presente, mas também se manteve neutro.
À direita de Bolsonaro, sentou-se o escritor e polemista Olavo de Carvalho, que repetiu críticas à mídia. Olavo estava ladeado pelo chanceler Ernesto Araújo, que ele indicou para o governo.
À esquerda do presidente estava Bannon e, depois, Guedes.
O ambiente estava formal.
Com tradução simultânea, quem quisesse falar deveria acionar um microfone à sua frente.
Os lugares na mesa estavam devidamente marcados com placas com os nomes dos convidados. Seguranças ficaram presentes durante todo o jantar.
Outro ministro que falou com desenvoltura foi Sergio Moro (Justiça), contaram interlocutores à reportagem.
Estavam à mesa também o ministro Augusto Heleno (GSI), o financista conservador Gerald Brant, Filipe Martins, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, e o filho do presidente e deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), entre outros.
Os convidados estrangeiros pouco falaram. Mary Anastasia O’Grady, colunista e membro do conselho editorial do Wall Street Journal, fez uma pergunta no início do jantar.