O presidente Jair Bolsonaro enviou uma carta aos senadores nesta terça-feira na qual faz um apelo para que os parlamentares não alterem o texto da Medida Provisória 870, que reestrutura o governo federal, aprovado na semana passada pela Câmara dos Deputados, disseram à Reuters três fontes do governo familiarizadas com o assunto.
A carta foi entregue ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e deverá ser lida na sessão desta terça, quando está previsto que os parlamentares votem a MP.
Senadores, entre eles o líder do PSL, partido de Bolsonaro, na Casa, Major Olimpio (SP), anunciaram que apresentarão um destaque ao texto aprovado pelos deputados para que o Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf) fique sob comando do Ministério da Justiça, encabeçado por Sergio Moro, e não sob o guarda-chuva da pasta da Economia.
Caso essa mudança no texto seja aprovada, a MP, primeira medida adotada pelo governo Bolsonaro em janeiro e que também reduziu de 29 para 22 o número de ministérios, terá de ser novamente analisada pela Câmara, o que pode levar a medida a perder validade, já que ela caduca na próxima segunda-feira.
Se a MP caducar, retornará a configuração de 29 ministérios na Esplanada e, por exemplo, o Ministério da Economia, atualmente encabeçado por Paulo Guedes, será desmembrado em três pastas –Fazenda, Planejamento e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Além disso, o Coaf seguiria no Ministério da Fazenda.
Outras pastas extintas por Bolsonaro também voltarão a existir, como o Ministério do Trabalho.
No início da tarde desta terça, Olimpio foi ao Planalto para uma conversa com Bolsonaro e deverá falar com os jornalistas após o encontro.