Um dia depois de a Câmara ter imposto nova derrota à sua gestão, o presidente Jair Bolsonaro defendeu em discurso que o governo tenha a capacidade de antever problemas, afirmando que “pode haver um tsunami na semana que vem”.
“Talvez tenhamos um tsunami na semana que vem, mas a gente vence o obstáculo com toda a certeza. Somos humanos, todos erram. Alguns erros são perdoáveis, outros não”, afirmou.
A fala foi feita em evento em Brasília para treinamento de gestores da Caixa Econômica Federal. O presidente não explicou, contudo, o que quis dizer com “tsunami”.
Na próxima semana, o Congresso volta a discutir a medida provisória que trata da reestruturação do governo. Na quinta-feira (9), quando texto foi apreciado por uma comissão mista, parlamentares impuseram uma derrota ao governo e ao ministro Sergio Moro (Justiça) ao transferir o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) de sua pasta para o Ministério da Economia.
O texto ainda vai ser votado nos plenários da Câmara e do Senado, onde pode ser modificado.
No evento da Caixa, Bolsonaro disse que sempre transmitiu a seus auxiliares a capacidade de anteciparem os problemas.
“Se uma pessoa chega perto de nós e fala que tem fome não a espere pedir um prato de comida, ofereça-lhe um prato de comida”, disse.
Ao dizer isso, ele lembrou um episódio em que era deputado e chamou lotéricos para discutir dificuldades que eles enfrentavam. Na sequência, brincou que essa não era sua praia e que o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que solucionou o problema.
“Minha praia é outra”, disse, fazendo um sinal de armas com as mãos e rindo. O presidente então arrancou aplausos da plateia ao fazer o gesto.
“Eu acho que o pessoal gostou, em parte, do decreto das armas, com toda a certeza”, disse.
Na terça-feira (7), ele assinou um decreto que flexibiliza o porte de armas e a compra de munições, estendendo o direito para mais 20 categorias.
Durante a cerimônia desta sexta, Bolsonaro recebeu um crachá personalizado da Caixa. No fim do ato, beijou o objeto e abraçou Guimarães em agradecimento, dizendo que se tratava de um “abraço hétero, com todo o respeito”.
Ao encerrar o discurso, o presidente desceu do palco para abraçar os presentes, que o aclamaram com aplausos.
*Folhapress