Em discurso na manhã deste sábado (23) em um café da manhã para empresários em Santiago, no Chile, o presidente Jair Bolsonaro fez críticas à “velha política” e aos recentes atritos que vêm tendo com o Congresso.
Isso ocorre em meio a uma troca de farpas com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sobre a articulação política da reforma da Previdência.
“Temos chance de sair dessa situação em que nós nos encontramos com as reformas. E a primeira delas, a mais importante é essa, da Previdência.”
E acrescentou, “os atritos que acontecem no momento, mesmo eu estando calado e fora do Brasil, acontecem na política lá dentro porque alguns, não são todos, não querem largar a velha política”.
Também nesta manhã, Rodrigo Maia afirmou que Bolsonaro deveria assumir suas responsabilidades e não terceirizar a articulação política pela reforma ao Congresso. Maia disse ainda que Bolsonaro precisa mostrar o que é a “nova política”, discurso com o qual se elegeu.
Ainda no evento a empresários, Bolsonaro disse que a reforma será boa para o Brasil e para o Chile.
“Nós temos que dar certo e tenho dito que não é um plano meu como presidente, mas o do Brasil. Nós não temos outra alternativa a não ser fazer essas reformas. Acreditamos que o parlamento vai aprovar as reformas, obviamente com algumas alterações, mas no meu entender serão suficientes para sairmos da situação em que nos encontramos.”
Bolsonaro acrescentou que, com relação à reforma trabalhista, tem dito à sua equipe que “devemos beirar a informalidade porque a nossa mão de obra talvez seja uma das mais caras do mundo. Estamos a caminho da quarta revolução industrial, a mão de obra física cada vez fica cada vez mais dispensável e nós temos uma série de profissões que deixarão de existir.”
Depois explicou que sua chegada à Presidência se deu por dois milagres, um deles, “ter sobrevivido a um atentado político, uma tentativa de homicídio”, e o outro, fazendo com poucos recursos e “sendo massacrado pela mídia, com acusações homofóbicas, racistas, fascistas, essas coisas chatas que não colaram perante a opinião pública brasileira.”
Disse que governa “sem acordos político-partidários” e que “escolheu um ministério técnico”, em que as pessoas “querem participar por patriotismo, e isso desagradou os políticos tradicionais.”
Ainda alfinetando a “velha política”, afirmou que “somos os campeões de corrupção, o que está exposto aí perante a mídia, grande parte é verdade.”
Acrescentou que, se a eleição tivesse sido ganha pelo petista Fernando Haddad, “ele não estaria aqui conversando com vocês, ele estaria conversando com o Maduro”.
Disse estar feliz por estar no Chile e que depois visitará outro país que admira, Israel. “Porque o que é Israel? É um mar de areia, nem petróleo tem. E olha o que eles são. E o Brasil, que tem tudo e olha o que nós somos. Onde tá o erro nisso, qual é o nosso problema? Está na classe política.”