O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou a demarcação de terras indígenas na Amazônia e afirmou que o governo pretende regulamentar a questão fundiária no Brasil em defesa dos agricultores. A declaração foi feita em frente ao Palácio da Alvorada, neste domingo (7), a apoiadores.
“O governo está preocupado com isso, a Amazônia é cobiçada pelo mundo todo. Não é à toa que é cheio de ONG lá e não tem no nordeste. E, exatamente por isso, vamos nos tornar cada vez mais fracos na defesa da Amazônia”, afirmou.
Não é a primeira vez que Bolsonaro defende a tese de que povos indígenas da Amazônia são usados por organizações internacionais como “massa de manobra”. O objetivo seria minar a soberania do Estado. “Tem que botar um freio aí. Todo mundo aqui é favorável a índio que é nosso irmão, mas o índio sempre foi massa de manobra dessas questões aí”, disse.
A conversa surgiu a partir de um grupo de apoiadores do Pará que veio à Brasília para pedir pela regulamentação fundiária na região. Segundo eles, órgãos de fiscalização estão queimando casas de agricultores para dar espaço aos indígenas.
“Essas pessoas que atenderam a Nação estão sendo expulsas. Nós temos uma ação de fiscalização do Ibama que está queimando casas de moradores, de agricultores”, comentou um apoiador. “É muito longe o limite que eles demarcaram, é mais de um dia de barco até os índios. Essa fofoca que o pessoal passa de que existe contato com o índio isso é mentira”, continuou.
Ao ser pressionado pelos apoiadores a opinar sobre o assunto, Bolsonaro desviou da pergunta e acusou a imprensa de ser “mentirosa”. “Tem imprensa aqui. Eu não posso ficar muito à vontade . Você entende o que eu estou fazendo e o que não estou fazendo também. Se tivesse imprensa honesta não tinha problema nenhum, mas é desonesta”, criticou.