Em entrevista concedida ao site UOL e publicada nesta quinta-feira (28), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não descarta a possibilidade de buscar refúgio em uma embaixada caso uma ordem de prisão seja emitida contra ele. A declaração vem após o ex-presidente ser indiciado pela Polícia Federal no âmbito das investigações sobre os atos antidemocráticos que culminaram nos eventos de 8 de janeiro.
Bolsonaro, que tem sido investigado por sua suposta participação na tentativa de golpe de Estado, afirmou que se sente perseguido no processo e alertou que corre o risco de ser preso. “Corro risco [de ser preso], sem dever nada”, disse o ex-presidente, sugerindo que o Supremo Tribunal Federal (STF) poderia adotar uma postura arbitrária. “Vamos ver as consequências”, completou, deixando claro que está atento aos desdobramentos da investigação.
Quando questionado sobre a possibilidade de recorrer ao refúgio em uma embaixada de algum aliado político, Bolsonaro indicou que essa alternativa poderia ser considerada. “Embaixada, pelo que eu vejo da história do mundo, né, quem se vê perseguido pode ir para lá”, afirmou, sugerindo que essa seria uma opção para evitar a prisão, caso necessário.
O ex-presidente, que passou cerca de três meses nos Estados Unidos após a derrota nas eleições de 2022, reiterou que, se devesse algo à Justiça, não teria retornado ao Brasil. A viagem ao exterior, que gerou especulações, foi interpretada pela Polícia Federal como uma possível tentativa de evitar a prisão e de aguardar os desdobramentos da investigação sobre os ataques de 8 de janeiro.
A referência a uma possível fuga para uma embaixada remete a um episódio ocorrido em fevereiro deste ano. Após uma operação da Polícia Federal que resultou no apreendimento de seu passaporte, Bolsonaro procurou abrigo na embaixada da Hungria em Brasília. Na ocasião, ele passou dois dias no prédio diplomático, alegando que estava lá para tratar de assuntos com aliados políticos. O episódio ganhou grande repercussão internacional após imagens do ex-presidente na embaixada serem divulgadas pela imprensa, incluindo o jornal New York Times.
Agora, com o indiciamento, Bolsonaro se vê novamente sob pressão, com a possibilidade de enfrentar novos desdobramentos judiciais. O ex-presidente, por sua vez, continua a afirmar que está sendo alvo de perseguição política, reforçando seu discurso de que não cometeu crimes durante seu mandato.
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