A militante bolsonarista Sara Fernanda Giromini, conhecida como Sara Winter, líder do movimento 300 do Brasil, de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, foi presa temporariamente pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira, 15, em Brasília. A prisão foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito que apura a realização de atos antidemocráticos cujas pautas são o fechamento do STF e do Congresso. As prisões temporárias duram cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. Além de Sara, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), outros cinco líderes do 300 do Brasil foram detidos.
Moraes também conduz a investigação sobre disseminação de notícias falsas e ameaças contra membros do STF, que tem a bolsonarista entre os alvos. A coluna Radar antecipou há duas semanas que havia forte pressão na PGR para que Sara fosse presa preventivamente.
“Os pedidos de prisão foram apresentados na sexta-feira (12) a partir de indícios obtidos pelo MPF de que o grupo continua organizando e captando recursos financeiros para ações que se enquadram na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/1983), objeto do Inquérito 4.828. O objetivo das prisões temporárias é ouvir os investigados e reunir informações de como funciona o esquema criminoso”, diz nota da PGR.
Duas semanas antes do disparo dos fogos, militantes do 300 do Brasil liderados por Sara Winter haviam feito uma manifestação em frente ao prédio da Corte com máscaras encobrindo seus rostos e empunhando tochas. A estética do protesto lembrou a de movimentos supremacistas brancos, como a americana Klu Klux Klan, e neonazistas.
“As máscaras eram para dar medo mesmo, e também pedi para todo mundo ir de preto. Foi um sucesso. Assustou, é o que a gente quer. A gente trabalha com o medo quando entende que uma autoridade comete atos ilegítimos e que a gente não pode mais contar com respeito. E é um medo gerado por uma ação não-violenta”, disse ela.
Antes de ser presa, a militante já havia sido alvo de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal em operação autorizada por Moraes no âmbito do inquérito das fake news, há três semanas. Depois da ação da PF, Sara Winter publicou uma postagem em uma rede social chamando o ministro do STF de “covarde”, “filho da p***” e que gostaria de “trocar socos” com ele. “O senhor nunca mais vai ter paz na vida do senhor”, ameaçou.