Helena Alves Martins Dourado, de 8 meses de idade, morreu de dengue e Covid-19 na última quarta-feira (28) no Distrito Federal. A mãe da menina, Gabriela Alves Martins de Oliveira, alega que a família procurou ajuda na rede pública de saúde para a criança em pelo menos quatro ocasiões antes do óbito, mas a menina não foi internada. As informações são do site metrópoles.
Segundo Gabriela, a criança começou a se sentir mal no domingo (25). A menina apresentou febre e foi levada ao Hospital de Planaltina, mas foi liberada.
“Ela teve um episódio de vômito, mas como não tinha mais febre, [o hospital] me mandou embora para casa. Não me falou nada de Covid”, relatou a mãe ao site metrópoles.
No dia seguinte, segunda-feira (26), a criança foi levada à Unidade Básica de Saúde (UBS). No local, de acordo com o relato da mãe, a menina recebeu um bom atendimento e os profissionais de saúde realizaram o teste de dengue, sugerindo também que fosse feito o exame de hemograma para avaliar as plaquetas.
Gabriela afirmou que ficou “desesperada” e decidiu procurar o Hospital Regional de Sobradinho ainda na segunda-feira, onde esperou sete horas por atendimento.
“No Hospital de Sobradinho, colocaram pulseira laranja nela e fiquei sete horas esperando por atendimento. A médica falou que não era nada, fez hemograma, colocou um acesso nela, deu soro. Aí a doutora falou: ‘Não vou manter ela aqui porque está sem febre, está urinando, então a gente entende que não tem nada’”, afirmou Gabriela.
Na terça-feira (27), Gabriela disse que levou a criança à UBS durante o dia. A mãe adquiriu dipirona, paracetamol e soro para administrar em casa. À noite, a menina piorou e vomitou seis vezes.
“Ela vomitou seis vezes à noite, mas ainda tomava leite e água. Ela sentiu uma sede louca, muita sede. Ela vomitava e mamava. Mas não deu febre”, mencionou.
Gabriela relatou que a filha faleceu na manhã de quarta-feira (28), em seus braços.
“Quando foi de manhã, tudo aconteceu. Ela já estava bem molinha. Fui dar um banho e as extremidades dela estavam frias, tentei dar leite e ela já não quis. Ela morreu nos meus braços, não teve jeito. Chegou no hospital já morta”, afirmou.
“Colocaram oxímetro nela, mas já não estava respondendo. No Hospital de Planaltina tive todo amparo, ficaram uma hora tentando reanimar ela. Se houve erro, foi no Hospital de Sobradinho”, disse. A mãe acrescentou ainda que, em nenhum momento, foi informada sobre possibilidade de a menina ter sido infectada por Covid.
“Ninguém pediu exame de Covid. Só depois que ela foi a óbito. Por isso é que demorou 24 horas para liberar o corpo da minha filha, o que foi muito ruim”, relatou Gabriela.
O corpo da criança foi sepultado no Cemitério de Planaltina. Os familiares e amigos soltaram balões brancos e rosados em homenagem à Helena.
Após a perda da filha, Gabriela faz um alerta às mães.
“Venho fazer esse relato e essa denúncia, pois minha filha faleceu por não ter tido o atendimento adequado em Sobradinho. Ela deveria ter sido internada e foi mandada para casa”, lamentou.
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