Os mergulhadores do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) atuam de forma cirúrgica contra o narcotráfico e reforçam a operação especializada desenvolvida pela Base Arpão, localizada no rio Solimões, próximo ao município de Coari (a 363 quilômetros de Manaus). Em todas as edições, dois mergulhadores são empregados para as buscas por material ilícito em cascos ou fundo de embarcações, sejam elas de médio ou grande porte.
Durante o mergulho, os profissionais seguem um protocolo de segurança internacional e podem chegar a até 39 metros de profundidade. A água barrenta do rio Solimões é um obstáculo a mais para o trabalho e os mergulhadores fazem a busca manual nas embarcações.
O emprego de mergulhadores é um reforço nas fiscalizações adotado para enfrentar a tática, usada em cartéis de drogas, de transportar os entorpecentes de forma submersa na água.
Conforme o sargento do Corpo de bombeiros, Braz Oliveira, que é mergulhador há 14 anos, além das ações contra o crime, quando acionados, os bombeiros atuam também em buscas e salvamentos, em situações de afogamento.
Para auxiliar na ação, os profissionais levam para a Base Arpão um compressor de alta pressão, utilizado para encher os cilindros de oxigênio. Os mergulhadores carregam também materiais como sacos e luvas em casos de resgate de cadáver.
“Qualquer embarcação onde haja suspeita ou alguma denúncia que tenha algum ilícito na proa ou no casco, local que só um mergulhador possa acessar, nós fazemos o mergulho. Aqui a visibilidade é quase zero, então nós só vamos no tato. Como atuamos há 14 anos no mergulho, a experiência conta muito para fazer esse tipo de ação com segurança”, contou.
A equipe de mergulho atua na Base Arpão, mas também nas comunidades próximas de onde a base fica ancorada, podendo também participar de ações em Coari, como no mês de março, quando os bombeiros encontraram o corpo de um homem que estava pescando e acabou caindo no rio, e morreu afogado.
“O curso de mergulhador, são 45 dias ininterruptos, praticamente dentro da água, para preparar o mergulhador para qualquer situação, porque nossas águas são adversas a outros locais como no mar. Aqui na Base Arpão a atuação do mergulhador torna a operação mais completa”, afirmou Oliveira.