Cientistas escavaram fósseis de uma baleia de quatro patas que habitava a terra e o mar cerca de 43 milhões de anos atrás em um deserto do litoral sul do Peru, em uma descoberta que ilumina um estágio essencial da evolução inicial dos cetáceos.
O mamífero de 4 metros de comprimento, batizado de “Peregocetus pacificus”, representa uma etapa intermediária crucial antes de as baleias se adaptarem totalmente à existência marinha, disseram cientistas nesta quinta-feira.
Seus quatro membros eram capazes de suportar o peso na terra, o que significa que o “Peregocetus” podia voltar ao litoral rochoso para descansar e talvez dar à luz, mesmo passando a maior parte do tempo no mar.
Seus pés e mãos tinham pequenos cascos e provavelmente tinham membranas para ajudá-los a nadar. Como tinham dedos longos e membros relativamente esguios, pode não ter sido fácil para eles se movimentar na terra.
Seu focinho alongado e seus dentes robustos –incisos e caninos grandes para agarrar e molares que rasgavam a carne-– tornava o “Peregocetus” hábil para apanhar presas de tamanho médio, como peixes.
“Achamos que ele se alimentava na água, e que sua locomoção submarina era mais fácil do que na terra”, disse Olivier Lambert, paleontólogo do Instituto de Ciências Naturais Real Belga, que liderou a pesquisa publicada no periódico científico Current Biology.
As origens evolucionárias das baleias eram pouco conhecidas até os anos 1990, quando fósseis dos exemplares mais antigos foram descobertos.
O “Peregocetus” representa o esqueleto de baleia quadrúpede mais completo fora da Índia e do Paquistão, e o primeiro conhecido da região do Pacífico e do Hemisfério Sul.