É no palco do Teatro Amazonas que o Ateliê 23 lança a série “A Bela é Poc”, o primeiro trabalho da companhia composto de três obras: o videoclipe “Glowria”, o videodança “Azul” e um curta-metragem que leva o nome do projeto, para falar sobre a homofobia a partir das bionarrativas cênicas, principal característica do grupo. A estreia vai acontecer no dia 9 de outubro, às 11h, com acesso gratuito. O agendamento deve ser feito no Portal da Cultura (cultura.am.gov.br) e o comprovante de vacinação apresentado na entrada do patrimônio histórico.
O projeto foi contemplado no edital Prêmio Feliciano Lana, que faz parte das ações emergenciais Lei Aldir Blanc, operacionalizada no Estado através do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa; e no Edital Prêmio Manaus de Conexões Culturais, da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), em 2019.
Segundo o diretor Eric Lima, a proposta tem como base a música e a dança em formato audiovisual. Ele destaca que o trabalho traz histórias reais em três contextos para nortear cada episódio da série.
“Cada episódio traz uma linguagem artística mais aprofundada em uma forte atuação e, desta forma, o Ateliê 23 também entra na área do cinema. É a nossa primeira investida no audiovisual e com um projeto que traz questões de gênero e sexualidade em um lugar de ativismo”, afirma o artista. “É um novo momento do grupo, neste que é o nosso lugar de fala, com uma equipe diversa, a maior parte composta por gays e lésbicas, sendo bem representados. O time está redondo e profissional, com três obras consistentes e um discurso muito potente”.
Eric Lima explica que, após o lançamento, os videos “Glowria” e “Azul” vão ficar disponíveis no canal da companhia no Youtube (@atelie23) e as músicas no Spotify. Já o curta está cotado para participar de uma rede de festivais de cinema pelo País.
“Nós vislumbramos a projeção nacional e alçar voos cada vez maiores”, declara. “Então só quem for na estreia do projeto vai ter acesso ao curta neste primeiro momento”.
Histórias – “Glowria”, segundo o diretor, mostra a intolerância religiosa, a relação do gay com a fé, com Deus, dentro do ambiente do Cristianismo e como a igreja influenciou na questão do preconceito na sociedade, a partir de registros históricos da homofobia; enquanto “Azul”, norteado pela dança, tem uma dramaturgia representada pelo bailarino para falar do difícil o processo da autoaceitação.
“E o terceiro é o curta, que vem de histórias reais na figura do Belinho e como ele foi afetado pela homofobia e a necessidade do afeto”, adianta Eric Lima.
Ficha técnica
O projeto conta ainda com nomes como Taciano Soares, Victor Venâncio, Ramon Ítalo, Dan Stump, Laury Gitana, Guilherme Bonates, Wilas Rodrigues, Geffiter Garcia, Ian Queiroz, William Mady, Hamyle Nobre, Hebe Raquel, Rodrigo Valle, Patrício Ribeiro, Queni Lopes e Valeska Patrício, Dione Maciel, Dori Carvalho, Isabela Catão, Manuella Barros, Diego Bauer, Larissa Martins, Gabriel Maker, Krishna Pennutt, Karol Medeiros, Haryadina Ramalho e Julia Morinaga.
Ateliê 23
Em oito anos de estrada, o Ateliê 23 tem sede no Centro de Manaus desde março de 2015, na Rua Tapajós, 166, com 16 espetáculos no repertório. A principal característica do grupo é trabalhar com histórias reais, objeto da tese de Doutorado “Bionarrativas Cênicas: Dispositivos de Comoção em Obras do Ateliê 23”, defendida por Taciano Soares na Universidade Federal da Bahia.
Entre obras de sucessos de público e crítica estão “Helena”, selecionado para a mostra a_ponte: cena do teatro universitário do Itaú Cultural e indicado ao Prêmio Brasil Musical; “da Silva” e “Ensaio de Despedida”, indicados para o projeto Palco Giratório, do Sesc; “Vacas Bravas” e “Persona – Face Um”. Este último colocou em pauta o tema transfobia e ficou um ano e meio em cartaz.