Junior Miranda, 31, encontrou no Respirar, projeto do Governo do Amazonas, mais que sessões de fisioterapia para tratar as sequelas deixadas pela Covid-19. O técnico em enfermagem enxerga a oportunidade de recuperar a boa forma de antes e viver a vida plenamente em homenagem ao pai, Cláudio Ferraz, vítima da doença.
O novo paciente do Respirar iniciou o tratamento no Centro de Convivência Estadual do Idoso (CECI), situado no bairro Aparecida, zona sul de Manaus, após visitar a tenda estratégica do projeto.
“Fiquei surpreso quando eu encontrei a tenda do RespirAR na Ponta Negra, pois eu estava ciente do projeto, mas não sabia que estava tão perto. Fiz as entrevistas e está sendo incrível, a receptividade, esse acolhimento é fundamental. Ainda mais para quem passou por eventos traumáticos”, afirma Junior.
Junior Miranda deu entrada no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) em 15 de fevereiro. Ficou lá por 50 dias, mais da metade intubado. Passou pelo coma, perda de memória e de funções motoras básicas. Ao final, venceu a Covid, mas recebeu a notícia de que havia perdido o pai para o vírus.
“Dia 1° de setembro ele completaria 64 anos. Meu pai era guarda municipal. Infelizmente ele não usava máscara e acabou trazendo a Covid para dentro de casa. Fui internado sem poder me despedir dele”, lamentou.
O técnico em enfermagem expressa o entusiasmo em recuperar a boa forma de antes. “Tenho convicção que o meu pulmão, coração e mente vão se transformar naquele jovem que sempre foi energizado. A certeza de que tudo isso pode voltar, pra mim, é gratificante demais. O projeto Respirar virou luz na minha vida”, disse.
Thaís Peçanha, 26 anos, fisioterapeuta do Respirar que atende no CECI, mostra otimismo no tratamento do paciente.
“Os prognósticos foram bons e a gente vai evoluir muito. Acreditamos que em 10 a 15 sessões vamos reabilitá-lo e devolvê-lo para as atividades diárias da vida”, aponta.
Atualmente, o Respirar atende 25 pessoas no Centro de Convivência Estadual do Idoso (CECI).
Já a tenda estratégica do projeto, em ação há mais de um mês no calçadão do Complexo Turístico da Ponta Negra, zona oeste da capital amazonense, oferece orientações para pessoas que tiveram ou não Covid-19, e incentiva a prática esportiva como qualidade de vida.
A base informativa conta com profissionais de fisioterapia, técnicos em enfermagem e educação física que realizam atendimentos especializados de saúde e atividade física.