Agentes da Polícia Federal e da Penitenciária Federal de Porto Velho deflagraram ontem uma operação contra um grupo suspeito de ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital) acusado de planejar atentados contra policiais penais em Rondônia.
Foram cumpridos dois mandados de prisão e um mandado de busca e apreensão. Os nomes dos investigados não foram divulgados. O Departamento de Inteligência da Penitenciária Federal de Porto Velho apurou que os suspeitos haviam seguido um policial penal até o presídio.
Os policiais descobriram ainda que ao menos três investigados partiram de São Paulo para executar o plano na capital de Rondônia, onde alugaram apartamento para servir de base aos integrantes da maior facção criminosa do país.
A operação de ontem foi realizada dois dias após a transferência de Marco Willians Herbas Camacho, 55, o Marcola – apontado como líder máximo do PCC -, da Penitenciária Federal de Porto Velho, onde estava recolhido desde março do ano passado, para a Penitenciária Federal de Brasília.
Segundo investigações da PF, desde meados de 2020, o PCC vem planejando matar agentes penitenciários federais do presídio de Porto Velho. A primeira tentativa de assassinato aconteceu em 4 de junho daquele ano. Os acusados de envolvimento no esquema, no entanto, escolheram o alvo errado.
A vítima não era um policial penal federal e, por sorte, escapou de um atentado no bairro Cuniã, em Porto Velho. Ela foi atraída ao local por uma mulher que criou um perfil nas redes sociais. Assim que chegou ao lugar combinado, pilotando uma moto, foi alvo de disparos de arma de fogo.
Ocupantes de dois veículos atiraram sete vezes contra o rapaz. Nenhum tiro o acertou. Um delegado da Polícia Civil passava pela estrada e seguiu um dos carros. Foram presos em flagrante Aurilene Silva Correia, Matheus Gustavo Mello Silva e Jefferson Cleiton Ferreira da Silva.
Ainda de acordo com a PF, os presos foram interrogados e disseram que estavam cumprindo uma missão do PCC, que consistia em levantar endereços de agentes penitenciários federais de Rondônia e executá-los a mando da facção criminosa.
Os telefones celulares dos presos foram apreendidos com autorização judicial. Após as análises periciais nos equipamentos, os agentes chegaram aos nomes de outras sete pessoas envolvidas no plano de atentado arquitetado pelo PCC.