O mercado financeiro global abriu a semana em alvoroço após o atentado contra o candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump. Na segunda-feira (15), o dólar apresentou uma alta significativa em relação a várias moedas, refletindo a instabilidade e a busca por ativos mais seguros por parte dos investidores. No Brasil, o dólar subia 0,68% em relação ao real, sendo cotado a R$ 5,467 por volta das 10h50.
O disparo que atingiu Trump na orelha durante um comício na cidade de Butler, Pensilvânia, no sábado (13), causou uma reviravolta no cenário político e econômico. Cercado por seguranças, Trump foi imediatamente retirado do palco, mas o impacto do atentado reverberou globalmente. Analistas de mercado apontam que a crescente possibilidade de Trump vencer as eleições fortaleceu o dólar, pois os investidores passaram a procurar mercados mais seguros e também a antecipar uma possível política econômica de crescimento nos EUA, caso Trump seja eleito.
A Bolsa de Valores brasileira abriu em leve alta de 0,08%, atingindo 128.996,80 pontos. Embora o atentado tenha gerado uma onda de incertezas, os índices econômicos internos parecem estar exercendo uma influência maior no pregão do que o evento nos Estados Unidos. Na Bolsa americana Nasdaq, as ações da Trump Media & Technology Group Corp (DJT) dispararam, registrando uma alta de 51% na abertura, alcançando US$ 30,89.
No entanto, a expectativa é de que a Bolsa brasileira não sofra grandes impactos diretos do atentado. Fatores internos, como o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central, devem ter um papel mais preponderante no comportamento do mercado.
O Boletim Focus trouxe novidades importantes para o cenário econômico brasileiro. Pela primeira vez após nove semanas consecutivas de alta, os economistas consultados pelo Banco Central reduziram a projeção de inflação para 2024. A previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 caiu de 4,02% para 4%. Para 2025, a aposta foi ligeiramente elevada de 3,88% para 3,90%.
Apesar dessas mudanças, as projeções de inflação ainda permanecem acima do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, mas continuam dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. Esse ajuste nas expectativas pode sinalizar uma moderação nas pressões inflacionárias, o que pode ser um alívio para a política monetária do país.
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