Um extenso apagão que atingiu vários países europeus nesta segunda-feira (28) teve como causa um raro fenômeno atmosférico, segundo informações das operadoras de energia. O blecaute, que afetou principalmente a Península Ibérica, mas também partes da França, Alemanha, Países Baixos e Suécia, foi provocado por oscilações anômalas nas linhas de alta tensão espanholas. A operadora portuguesa REN identificou o fenômeno como “vibração atmosférica induzida por Ging”, causada por variações extremas de temperatura no interior da Espanha.
As autoridades energéticas explicam que essas oscilações provocaram falhas de sincronização entre os sistemas elétricos interligados da Europa, levando a perturbações em cascata em toda a rede continental. A complexidade do fenômeno e a necessidade de reequilibrar cuidadosamente os fluxos elétricos internacionais fazem com que o restabelecimento total possa levar até uma semana, segundo estimativas das operadoras.
Na Espanha, os impactos do apagão continuam severos. O Aeroporto de Madrid-Barajas permanece sem energia, enquanto todo o sistema de metrô da capital espanhola segue paralisado. O governo local declarou estado de emergência nível 2, medida que permite a mobilização de recursos extraordinários. Hospitais importantes, como o La Paz, implementaram planos de contingência, suspendendo atendimentos não urgentes e desligando iluminação em áreas não essenciais.
Em Portugal, a situação não é menos crítica. A Unidade Local de Saúde Santa Maria ativou seu plano de contingência às 14h do horário local, suspendendo toda atividade programada. Supermercados enfrentam filas de até uma hora, com a população buscando desesperadamente água e alimentos não perecíveis. O caos no abastecimento tem levado muitos estabelecimentos a limitar a quantidade de produtos por cliente.
O fenômeno Ging, pouco documentado até agora, está sendo intensamente estudado por cientistas e especialistas em energia. As primeiras análises sugerem que as mudanças climáticas podem estar relacionadas com a ocorrência dessas variações extremas de temperatura que desencadearam o apagão. Autoridades europeias já discutem a necessidade de revisar os protocolos de segurança das redes elétricas para prevenir incidentes similares no futuro.
Enquanto as equipes técnicas trabalham para restaurar gradualmente o fornecimento de energia, priorizando hospitais e outros serviços essenciais, os governos recomendam que a população economize energia elétrica e evite deslocamentos desnecessários. A interrupção prolongada expôs vulnerabilidades críticas na infraestrutura energética europeia, levantando questões sobre a necessidade de investimentos em sistemas mais resilientes e diversificados.
Comentários sobre este post