Em um hipotético “apagão global de internet”, causado por uma tempestade solar devastadora ou mesmo por eventos de guerra, o mundo enfrentaria desafios sem precedentes, forçando uma adaptação radical a uma nova realidade. Embora a probabilidade desses cenários seja remota, a ciência explora suas implicações, destacando a importância de repensar a estabilidade das redes logísticas globais.
Em uma entrevista ao site Olhar Digital News, o neurocientista e futurista Álvaro Machado Dias abordou a vulnerabilidade das estruturas globais, ressaltando as lições aprendidas durante a pandemia de Covid-19. O especialista salientou que a crise sanitária expôs a fragilidade das redes de distribuição logística, evidenciando a falta de preparo do planeta para lidar com situações de magnitude extrema.
“A pandemia nos jogou na cara o fato de que as nossas redes de distribuição logística são muito mais frágeis do que imaginávamos”, alertou Machado Dias. Ele comparou essa fragilidade à situação atual na região de Gaza, onde os Houthis, grupo rebelde baseado no Iêmen, têm realizado ataques no Mar Vermelho, vital para cerca de 12% do comércio mundial.
O neurocientista explicou que esses ataques provocaram uma significativa disrupção logística, obrigando as embarcações a seguir rotas mais longas pelo sul da África. Esse desvio impactou a chegada de diversos produtos às prateleiras globais, causando atrasos que, por si só, resultaram em inflação e preocupações governamentais.
Ao transpor esse raciocínio para o cenário da internet, Machado Dias alerta para a possibilidade do mundo enfrentar um caos ainda mais abrangente. “É algo que, eventualmente, pode sim acontecer e nos levar a perceber a mesma coisa: que as nossas redes logísticas não são tão estáveis e fortes quanto pensamos.”
O especialista destaca a dependência global da internet para comunicação, transações comerciais e acesso à informação. Em um mundo onde a conectividade digital é onipresente, a interrupção desses serviços essenciais teria impactos avassaladores em todas as esferas da sociedade.
Contudo, é crucial ressaltar que, por enquanto, não há motivos para pânico. A pesquisa sobre a resistência das redes logísticas diante de eventos extremos serve como um chamado à reflexão sobre a necessidade de reforçar a infraestrutura global, preparando-se para eventualidades que, embora improváveis, não podem ser ignoradas.
À medida que a humanidade avança tecnologicamente, a vulnerabilidade das estruturas que sustentam nossa sociedade torna-se evidente. A possibilidade de um “apocalipse digital” serve como lembrete de que, mesmo em tempos de estabilidade aparente, a preparação para o inesperado é essencial para garantir a resiliência e continuidade das atividades essenciais em todo o globo.
Comentários sobre este post