O Amazonas está entre os 13 Estados brasileiros que possuem mais pessoas que estão recebendo o Bolsa Família do que trabalhadores com carteira assinada em diversas regiões do país. Os dados fora divulgados recentemente pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e pelo Ministério de Desenvolvimento Social (MDS).
Antes da pandemia, esse cenário era observado em apenas oito Estados, porém, com os desafios econômicos agravados pela crise sanitária, esse número aumentou para dez em 2020, 12 em 2022, e finalmente alcançou 13 em 2023, uma tendência que se manteve até 2024. A predominância dessa situação é mais acentuada nos Estados do Nordeste e em quatro Estados do Norte.
Entre os Estados afetados, o Maranhão se destaca como o mais impactado, com uma disparidade alarmante entre o número de empregos formais e beneficiários do Bolsa Família. O Estado registra cerca de 641 mil empregos com carteira assinada, enquanto aproximadamente 1 milhão de famílias maranhenses dependem do programa assistencial. Isso se traduz em uma proporção de dois habitantes recebendo o Bolsa Família para cada empregado com carteira assinada.
O Amazonas surge em sétimo lugar no ranking com cerca de 521 mil empregos com carteira assinada e quase 648 mil beneficiários do Bolsa Família.
Em contraste, Santa Catarina apresenta a menor proporção, com 10 trabalhadores no mercado formal para cada beneficiário do programa.
Embora a situação seja preocupante, é importante notar que houve uma diminuição geral na proporção de beneficiários em relação aos trabalhadores com carteira assinada no último ano. Em 25 Estados, essa proporção diminuiu, refletindo esforços para impulsionar o emprego formal e reduzir a dependência de programas assistenciais. As exceções a essa tendência foram o Distrito Federal e Santa Catarina, onde a proporção já era relativamente baixa.
A dependência do Bolsa Família em detrimento do emprego formal levanta questões cruciais sobre o desenvolvimento econômico e social desses Estados. Enquanto o programa desempenha um papel vital no combate à pobreza e na garantia de renda mínima para milhões de brasileiros, a falta de oportunidades de emprego está intimamente ligada a questões estruturais mais amplas, como educação, infraestrutura e investimento em setores produtivos.
Veja a lista:
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