Duas adolescentes de 15 e 16 anos, respectivamente, denunciaram na tarde desta quinta-feira (2), na Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), terem sido abusadas sexualmente por, pelo menos, dez homens durante uma festa de Réveillon, na madrugada de quarta-feira (1°). A “orgia” aconteceu em uma casa onde também funciona uma pizzaria, situada na rua Santa Marta, bairro Puraquequara, Zona Leste de Manaus.
Segundo a adolescente de 16 anos, ela, o namorado dela, de 17, e a amiga, de 15, foram convidados por um dos donos da pizzaria e pelos primos dele para irem curtir a festa. Por volta das 2h, eles foram dopados pelos frequentadores. Na festa haviam, pelo menos, dez homens, sendo que apenas dois eram maiores de idade – incluindo o proprietário do estabelecimento.
“Ficamos muito tontos e só vi quando os outros meninos que estavam na festa levaram a minha namorada para um quarto. No momento em que tentei segui-la, eu fui impedido pelas meninas que estavam no local. Demorei um pouco para recuperar as forças e segui até o quarto, mas a porta estava trancada. Eu tentei arrombar, mas não consegui. Depois de insistir muito, eles abriram. Foi quando eu já visualizei a minha namorada sendo beijada por vários rapazes e seminua em cima da cama”, contou o namorado da adolescente de 16 anos.
“Se não fosse meu namorado, sabe Deus o que teria acontecido. Ele me tirou de lá e me levou embora. A minha amiga ainda ficou por lá e também foi abusada”, relatou a adolescente.
Crime continuou
A mãe da outra adolescente de 15 anos contou que a filha também foi abusada sexualmente pelos mesmos homens e que foi resgatada pela sobrinha dela.
“Esses caras estão acostumados a darem festas e fazem isso. Eles já tinham má intenção com as garotas. Hoje é elas duas, amanhã pode ser a filha de qualquer um. As meninas me disseram que a tia de um deles, que é maior de idade, estava no local e não fez nada. Ela é cúmplice, pois não prestou socorro às meninas”, declarou.
Para a reportagem, a adolescente de 15 anos disse não lembrar de absolutamente nada. Ela informou que no local haviam outras três garotas menores de idade e que também ajudaram os jovens a cometer o crime.
“Estavam nos oferecendo bebida a todo tempo. Já conhecíamos todos da festa de vista e nunca imaginávamos que isso fosse acontecer”, disse.
O caso será investigado pela Depca e, segundo a mãe da adolescente de 15 anos, as meninas foram encaminhadas para o Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de conjunção carnal e anal. Mesmo se o exame não confirmar penetração, os suspeitos podem responder por estupro por conta do abuso sexual. Em outras palavras, o estupro é configurado pela Lei como parte do abuso sexual.