Antes de serem presos, na terça-feira, pelo assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o sargento reformado da PM Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Queiroz foram ouvidos pela Delegacia de Homicídios (DH) da capital, e não apresentaram álibi para o dia em que o crime aconteceu. Em depoimentos prestados há aproximadamente um mês, eles não souberam informar o que faziam entre 17h30m e 23h de 14 de março do ano passado, período em que se desenrolou a dinâmica da execução. No relatório do inquérito policial entregue à Justiça, consta que os dois afirmaram não se recordar de nada daquela data. O relatório destaca que, “como era esperado”, os acusados, que estão com prisão preventiva decretada, não deram explicações capazes de desfazer a suspeita que recai sobre ambos. Lessa é apontado como o autor dos disparos, e Élcio seria o motorista do carro usado no duplo homicídio.
Élcio, de acordo com o relatório, afirmou ter trabalhado no dia do assassinato de Marielle e Anderson pela manhã e à tarde. No entanto, disse não se lembrar do que fez após as 17h30m — alegou apenas que, normalmente, vai para casa por volta das 14h. Porém, na data do crime, antenas de telefonia detectaram o celular do ex-policial na Barra, no mesmo local em que estava o aparelho de Lessa.