Os acidentes por animais peçonhentos tiveram redução de 22,75% no Amazonas, na comparação de janeiro a maio deste ano (1.249 casos) com o mesmo período do ano passado (1.617). Em todo o Amazonas, foram registrados sete óbitos decorrentes de acidentes com serpentes no período de janeiro a maio de 2020. A capital Manaus continua sendo a cidade com maior quantidade de registros dos acidentes, com 136 casos somente em 2020. Os dados são gerenciados pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) com base no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.
A maioria dos acidentes permanece sendo causado por serpentes: foram 917 acidentes apenas desse tipo de animal este ano, representando 73,4% dos registros do total de 2020. Em seguida na lista dos maiores causadores dos acidentes, vêm escorpiões (182), aranhas (73), abelhas (11) e lagartas (9).
Os registros de acidentes por animais peçonhentos apontam para a ocorrência dessas espécies nos 62 municípios do Amazonas. De acordo com a diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), Rosemary Costa Pinto, os ataques estão relacionados à subida do nível dos rios no estado. “Costumamos sempre alertar a população, porque a cheia é algo natural e costumeiro no Amazonas. A enchente dos rios representa ameaça para muitos animais peçonhentos, que são desalojados dos abrigos naturais”, afirmou.
O médico veterinário, Deugles Cardoso, da Gerência de Zoonoses da FVS-AM, explicou que o trabalho de prevenção e atendimento à população é realizado de forma integrada entre o município e o estado. “Enquanto o Amazonas realiza o levantamento de dados e abastece com insumos necessários para o atendimento, o município trabalha com a assistência aos pacientes acidentados e a promoção de medidas de prevenção e orientação à população”, detalhou.
Municípios – Na lista dos cinco municípios que mais apresentaram notificação de acidentes por animais peçonhentos, nestes primeiros cinco meses do ano, estão Manaus (136), Itacoatiara (92), Apuí (64), Coari (53), Parintins (52), Maués (48), Tefé (42), Rio Preto da Eva (41), Manacapuru (41) e Benjamin Constant (31). Já as cidades que apresentaram menores índices desses acidentes incluem: Careiro da Várzea (1), Maraã (2), Itamarati (3), Canutama (4), Tapauá (4), Anori (5), Ipixuna (5), Manaquiri (5), Santo Antônio do Içá (5) e Urucurituba (5).
Assistência – Ao perceber que foi picado por animal peçonhento, a FVS-AM recomenda ao ferido que busque atendimento médico na unidade de saúde mais próxima de forma imediata. Em Manaus, os atendimentos de pacientes vítimas de acidentes por animais peçonhentos são realizados na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), que é referência de tratamento com soroterapia para esses tipos de acidentes. Os números para contato telefônico da instituição são (92) 2127-3555, 2127-3401 e 2127-3519.
Prevenção – A principal prevenção para manter animais peçonhentos longe da área residencial é manter o ambiente limpo e evitar o acúmulo de entulhos e materiais de construção, mesmo que seja no quintal da casa, que pode representar tocas para os animais.
Dentro da casa, é possível evitar animais ao afastar camas das paredes, pendurar roupas apenas dentro de armários, examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las; limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede; vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés; utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos.
Nas áreas externas residenciais, as recomendações incluem usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem; manter limpos os locais próximos das casas, jardins e quintais; evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas e manter a grama sempre cortada; e limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros junto a muros ou cercas.
(*) Com informações da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS)