Segundo pesquisa dos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, 97% das mulheres afirmam que já foram vítimas de situações de assédio sexual no transporte público, por aplicativo ou ainda em táxis. Além disso, 71% das entrevistadas afirmaram conhecer alguma mulher que passou por alguma situação do tipo. Ao todo, foram ouvidas 1.081 mulheres, em todo o Brasil, no mês de fevereiro.
Ainda de acordo com a pesquisa, 41% das entrevistadas afirmaram que foram vítimas de “olhares insinuantes” no transporte público (ônibus, metrô e trem), 10% em veículos de aplicativos e 11% em táxis. Este foi o tipo de situação de assédio mais relatado nas três formas de locomoção.
As encoxadas correspondem a 35% dos casos denunciados por vítimas, no transporte público, seguidas de cantadas indesejadas (33%), passadas de mão pelo corpo (22%) e contato de cunho sexual (19%).
As cantadas indesejadas foram o segundo tipo de crime mais relatado pelas vítimas em transportes por aplicativos e táxis, ambos representando 9% dos casos.
Este foi o tipo de importunação vivenciado por uma publicitária, 25 anos, que seguia para o cinema em um carro de aplicativo, na República (região central da capital paulista). “O motorista começou a me perguntar onde eu estava indo, assim poderia encontrar mais facilmente um local para estacionar”.
Como a jovem não conhecia a região, ela sugeriu para que o condutor seguisse as orientações do GPS do veículo. “Nisso, o motorista começou a me perguntar se eu estava indo para um cinema pornográfico”, relembra a publicitária.
A vítima acrescentou que, após a abordagem do motorista, ficou em um dilema. Como estava de noite, ela ficou com receio de desembarcar na região central, mas por conta da atitude do condutor, desceu do carro e prosseguiu a pé.